Não hiberno porque não quero fazer figura de urso.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Vivemos uma época da liberação da língua russa. Parece que a princípio, os russos estão copiando os ocidentais na utilização de linguagem desapropriada.

Anatoly Baranov, perito em linguagem obscena, opina que “a não aceitação do palavrão em russo é maior do que em países ocidentais” por causa das obscenidades serem mais do que simplesmente palavras, porque têm muitos sub-significados. Já ultrapassam o acto de praguejar, vão aos limites da filosofia linguística e da filosofia da vida.

Historicamente os líderes da Rússia tiveram sempre um interesse no controlo do palavrão. Catarina a Grande por exemplo proibiu o uso da palavra “blyad”, que quer dizer “mulher promíscua”, talvez por causa dos seus próprios excessos.
As obscenidades em russo relativas às partes do corpo diferem substancialmente das palavras utilizadas no ocidente, fazendo que com a utilização de palavrões, o russo está destruindo culturalmente o corpo humano.

Por isso a utilização de obscenidades em russo é um grito de socorro. Todos os palavrões em russo têm uma conotação sexual, exprimindo frustração, ira e a capacidade de insultar a mulher. A linguagem também é bem pitoresca, porque é extremamente flexível e a utilização de prefixos e sufixos leva a criação de palavras que criam imagens antropomorfas.

Hoje em dia há um conflito na Rússia com relação a utilização da linguagem obscena. Há quem defenda que o uso de tanta profanidade entre a população mais nova está destruindo a sociedade, há quem defenda que houve sempre uma tendência de utilizar a linguagem como forma de adquirir liberdade numa terra tradicionalmente centralizadora.

No entanto, em utilizar tantas palavras feias quando referimos as partes do corpo que fazem amor, não estaremos profanando o próprio amor por utilizar tais palavras quando referimos a este acto mais nobre?

Anna OSSIPOVA
PRAVDA.Ru

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

C C C P YGOR

9:27 da tarde

 

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