sábado, dezembro 30, 2006
segunda-feira, dezembro 25, 2006
sábado, dezembro 23, 2006
sexta-feira, dezembro 22, 2006
A morte repentina de um tirano vitalício
Um dos regimes ditatoriais mais bizarros do mundo terminou ontem com a morte, aos 66 anos e por ataque cardíaco, do autodenominado turkmenbashi, ou "Pai do Povo Turcomeno". Saparmurat Niazov era presidente vitalício do Turcomenistão, país muçulmano e desértico da Ásia Central, encravado entre Mar Cáspio, Irão, Afeganistão e Cazaquistão.
Além da famosa estátua de ouro maciço, que rodava seguindo o movimento aparente do sol, o ditador turcomeno era autor de um regime de modelo estalinista, com culto da personalidade. A respectiva imagem aparecia em todo o lado, no cantinho da televisão pública, por exemplo. A sua obra Ruhnama, Livro da Alma, era base do currículo escolar.
Niazov decretou inúmeros absurdos: da proibição de uso de dentes dourados à exigência de um curso de 16 horas de estudo do Ruhnama para se obter uma simples carta de condução. Após ter despedido 15 mil trabalhadores de saúde, mandou substituir o Juramento de Hipócrates por um texto baseado na sua obra filosófica-política. Mas, para além do lado folclórico, este era um regime totalitário, que encarcerava os seus opositores, reais ou imaginários.A faceta sinistra do regime de Niazov não impediu que todos os relatos jornalísticos provenientes da capital, Ashgabad, mencionassem ontem o choque dos entrevistados. A maioria dos turcomenos nunca conheceu outro líder.
Em DN
quarta-feira, dezembro 20, 2006
Uma das melhores d'O Jumento:
A Minha Utopia: Portugal Pode fazer Melhor
Eu sei que é uma utopia, mas penso convictamente que Portugal pode fazer melhor. E é uma utopia porque cada português tem um responsável para os seus males, mas pio do que isso, para as suas incapacidade ou mesmo para a sua cobardia. Os alunos não aprendem por culpa dos ministros da Educação, falta produtividade porque os patrões são maus gestores, o país atrasa-se porque temos maus políticos, os tribunais não andam porque precisam de funcionários judiciais, a sinistralidade na estrada mata-nos porque a BT tem poucos carros, ara todos os problemas há algures um responsável que nos iliba da mais pequena culpa.
Talvez seja a herança de uma ditadura que nos marcou culturalmente com o seu paternalismo, ou uma história que nos habituou a esperar oportunidades fáceis, ou porque o clima nos estimula a preguiça, quem sabe se o facto de o país nunca ter sido destruído por uma guerra nunca nos obrigou a romper com o marasmo, e quando o terramoto nos fez ruir tivemos a sorte de os cofres ainda estarem cheios com o ouro do Brasil que deu para reconstruir Lisboa e ainda sobrou para a enchermos de igrejas.
Lembro-me da anedota do pescador do Algarve que já aqui contei:
O turista chegado de Lisboa perguntou ao pescador, que descansava deitado na praia, porque não ia pescar.
- Para quê, perguntou-lhe o pescador.
- Porque pescando mais podia comprar o seu próprio barco e a resposta foi a mesma, para quê?
- Porque com um barco poderia comprar outro barco disse-lhe o turista que voltou a ouvir a mesma resposta, para quê?
- Com dois barcos já ganhava o suficiente e nem precisaria de trabalhar e volta a ouvir o mesmo para quê?
- Se não precisasse de pescar poderia vir para a praia deitar-se.
- E o que é que estou fazendo? Perguntou-lhe o pescador?
É assim que pensamos e só quando o nosso orgulho é ferido é que nos revoltamos, somos os últimos em quase tudo o que é bom e os primeiros no que é mau, e quando não somos a tendência é para irmos parar à posição a que o destino nos condenou. Durante dois dias discutimos o ssunto, para eleger o culpado dos nossos males e aproveitamos o acontecimento seguinte para voltar à nossa rotina.
Não faltam culpados, para a direita há Estado a mais, para a esquerda Estado a menos. Para os trabalhadores o mal é dos salários baixos e da má gestão dos patrões, para estes o mal está nos salários altos e na legislação laboral. Para os médicos a culpa é dos ministros da Saúde, para o ministro a culpa é das farmacêuticas, para as farmacêuticas a culpa é das farmácias, para as farmácias a culpa é dos genéricos, para os genéricos a culpa é da falta de publicidade, para os publicitários é culpa dos consumidores, os consumidores queixam-se dos impostos e estes da evasão fiscal, a evasão fiscal resulta das leis, os juízes dizem que as leis não se aplicam porque são muitas, o ministro da justiça acha que o mal é das férias judiciais. Os portugueses em vez de encontrarem as causas tentam resolver todos os problemas da forma mais cómoda, identificando o culpado que, devido a uma estranha coincidência colectiva, é sempre do parceiro que está ao lado.
Somos um país de culpados incapazes de encontrar um objectivo comum, somos vítimas colectivas do parceiro ao lado, apenas nos unimos no futebol, mas mesmo aí a culpa é inevitável, de não for do frango do Ricardo é do árbrito que prejudica o país pequeno, e no dia seguinte regressamos às culpas domésticas.
Mas ninguém me tira da cabeça que se cada português fizer melhor Portugal vai lá.
Pura utopia dir-me-ão, os trabalhadores porque não estão dispostos a enriquecer o patrão, os patrões porque estão fartos de pagar impostos, os funcionários públicos porque depois alunos ficariam a mais, os médicos do SNS porque depois não podiam ter o part-time no privado, os magistrados porque a sua profissão perdia protagonismo, e os políticos porque os eleitores poderiam ficar mais exigentes.Foi assim que Deus quis justificam os católicos, é azar justificam os ateus, é uma tristeza de povo arrisco eu.
terça-feira, dezembro 19, 2006
As mãos limpas
O perplexo presidente da Liga de Clubes, que já ficara "preocupado, apreensivo e incomodado" quando soube coisas sobre o mundo do futebol que, pelos vistos, só ele não sabia, revelou agora que "acha mal" que na lista candidata aos órgãos da Federação, em que aparece como vice-presidente da Direcção, haja três-arguidos- -três de dezenas de crimes de corrupção e falsificação de documentos no caso "Apito Dourado". "Acha mal" ("que ninguém tenha dúvidas disso"), mas "não pode fazer nada". À preocupação, apreensão e incómodo acresce (suspiro) a impotência, versão (um pouco menos elaborada, convenhamos) do melancólico "se soubésseis o que custa mandar, preferiríeis obedecer toda a vida" de Salazar. Em Portugal, particularmente na obscura parte de Portugal que é o futebol, o poder sempre teve o misterioso condão de gerar impotência. O pobre homem que carrega o fardo da Liga também não pôde "fazer nada" quanto ao facto de outro arguido do "Apito Dourado" avultar a seu lado nos órgãos dirigentes da prestimosa instituição. Daí já então lavou as mãos. Ninguém no sujo mundo do futebol português lava tantas vezes as mãos como o presidente da Liga. Reconforta saber que há nesse mundo uma pessoa que se esforça por manter as mãos sempre impecavelmente limpas.
In JN
segunda-feira, dezembro 18, 2006
The "Great Man" theory of history is usually attributed to the Scottish philosopher Thomas Carlyle, who wrote that "the history of the world is but the biography of great men." He believed that it is the few, the powerful and the famous who shape our collective destiny as a species. That theory took a serious beating this year.
Assim vai Portugal!
Salбrio milionбrio durante dois anos
Jorge Vasconcelos ‘bateu com a porta’. Mas o presidente da Entidade Reguladora do Serviзos Energйticos (ERSE) nгo vai de ‘mгos a abanar’: vai receber 12 mil euros por mкs atй encontrar um novo emprego.
O ex-presidente da Entidade Reguladora dos Serviзos Energйticos (ERSE) vai receber cerca de 12 mil euros por mкs, durante o mбximo de dois anos, atй encontrar um novo emprego.
Jorge Vasconcelos anunciou a sua demissгo esta semana, em conflito com a decisгo do Governo de limitar a seis por cento os aumentos da energia para os consumidores domйsticos em 2007. “Esta intervenзгo significa, do meu ponto de vista, o fim da regulaзгo independente do sector elйctrico portuguкs”, afirmou Jorge Vasconcelos em comunicado.
Segundo apurou o Correio da Manhг, o salбrio do presidente da ERSE era de 18 mil euros mensais (vezes 14), a que acresciam ajudas de custo. Segundo o que estabelecem os estatutos do prуprio regulador (que й uma pessoa colectiva de direito pъblico, dotada de autonomia administrativa e financeira e de patrimуnio prуprio), no seu artigo 29, n.є 5, “apуs o termo das suas funзхes, os membros do conselho de administraзгo ficam impedidos, pelo perнodo de dois anos, de desempenhar qualquer funзгo ou prestar qualquer serviзo аs empresas dos sectores regulados”. Trata-se de um compreensнvel “perнodo de nojo”, que impede a existкncia de promiscuidades entre reguladores e regulados.
sábado, dezembro 16, 2006
quinta-feira, dezembro 14, 2006
Quase 50% dos portugueses consideram que o Natal é uma época de stress
Quase 50 por cento dos portugueses consideram que o Natal é uma época de stress, de acordo com um estudo da seguradora Axa, intitulado "Axa Barómetro Reforma". O estudo, que teve em conta uma pesquisa internacional com 11.373 entrevistas em 16 países, constata que 46 por cento dos activos e 42 por cento dos reformados portugueses encaram o Natal como uma época de stress. No entanto, a maior parte dos portugueses (85 por cento dos activos e 77 por cento dos reformados) considera que o Natal é uma época de felicidade, uma opinião partilhada pelos inquiridos na maioria dos países como, por exemplo, Estados Unidos, Singapura, Austrália, Reino Unido, Canadá, Nova Zelândia e Alemanha. A solidão é um sentimento apontado por 19 por cento dos activos portugueses, apenas atrás dos espanhóis (20 por cento), adianta o estudo "A 3ª vaga do Axa Barómetro Reforma".
segunda-feira, dezembro 11, 2006
The Value Of A Drink
One afternoon at Cheers, Cliff Clavin was explaining the Buffalo Theory to his buddy Norm. Here's how it went: "Well ya see, Norm, it's like this... A herd of buffalo can only move as fast as the slowest buffalo. And when the herd is hunted, it is the slowest and weakest ones at the back that are killed first. This natural selection is good for the herd as a whole, because the general speed and health of the whole group keeps improving by the regular killing of the weakest members. In much the same way, the human brain can only operate as fast as the slowest brain cells. Excessive intake of alcohol, as we know, kills brain cells. But naturally, it attacks the slowest and weakest brain cells first. In this way, regular consumption of beer eliminates the weaker brain cells, making the brain a faster and more efficient machine. That's why you always feel smarter after a few beers."
sábado, dezembro 09, 2006
Carolina Salgado: «Pinto da Costa recebia árbitros em casa»
DINHEIRO E MENINAS ERAM A RECOMPENSAO
O prometido livro de Carolina Salgado já está nos escaparates. Ao longo de cerca de 150 páginas, a ex-companheira de Pinto da Costa relata a experiência da sua vida de 29 anos, dando particular destaque aos 6 em que viveu lado a lado com o homem que conheceu quando trabalhava no Calor da Noite, bar de alterne da cidade do Porto, e que considerava como “pai” dos seus dois filhos.
Num relato onde não esconde a revolta com muitas coisas que agora considera erradas e injustas, Carolina traça um panorama bastante cinzento dos bastidores do futebol português, denunciando um sem-número de situações obscuras.“Comparado com o que vivi e passei, o Calor da Noite, o mundo da noite e do alterne é quase como um jardim infantil povoado de inocentinhas criaturas”, revela.
Fuga para Espanha
Entre muitos episódios curiosos, a autora dá grande destaque às incidências do célebre “Apito Dourado”, garantindo que todo o processo provocou enorme agitação em Pinto da Costa. Ainda sobre o mesmo assunto, é revelado que foi o advogado Lourenço Pinto quem, na véspera da ida da Polícia Judiciária à sua casa na Madalena, avisou o amigo do que estava prestes a suceder, ajudando-o a preparar a fuga para Espanha, bem como o regresso para prestar declarações (devidamente ensaiadas) às autoridades.
Carolina adianta ainda que, caso Pinto da Costa tivesse ficado detido após o interrogatório, os membros dos Super Dragões iriam invadir o tribunal para libertar o presidente. Depois, a ideia era voltar para Espanha e esperar, serenamente, que toda a agitação acalmasse...
quarta-feira, dezembro 06, 2006
Faleceu José Matias Poeta
Tive conhecimento hoje que este pequeno grande Homem faleceu.
Sou apenas mais um das centenas a quem ele com o seu trabalho ajudou a aprender matematica.
Recordo dele a inteligencia e a boa disposicao.
Vai continuar a viver na memoria de muitos figueirenses.