Jornal de Noticias
Não hiberno porque não quero fazer figura de urso.
"José Mourinho, o mais bem sucedido treinador da história do Chelsea, rescindiu ontem o contrato que o ligava aos "blues" até 2010. Após várias horas de negociações em Stamford Bridge, o Special One, acompanhado do seu empresário, o agente FIFA Jorge Mendes, que se deslocou propositadamente a Londres para acertar os termos da desvinculação, chegou a acordo com Roman Abramovich, que aceitou pagar 26 milhões de euros, uma verba bem superior aos 23,4 milhões de euros que teria de desembolsar se o técnico português cumprisse o vínculo até 30 de Junho de 2010, isto porque recebia 7,8 milhões de euros por ano."
Quanto vale uma licenciatura em Portugal?
Sempre que chegamos a esta altura de candidaturas ao ensino superior a reflexão é quase obrigatória: quanto vale em Portugal uma licenciatura?
O número de recém-licenciados no desemprego tem vindo a subir nos últimos anos. É uma má notícia, mas não é nada de novo. E nem sequer é novo que este desemprego ocorre sobretudo na área das humanidades. Recentemente vi numa estatística que 50% dos recém-licenciados que não consegue uma primeira colocação no mercado de trabalho é licenciada em Direito, Ciências Sociais e Educação. 50%!
Ainda assim, a oferta destes cursos nas universidades portuguesas mantém-se com elevado número de vagas e procura. Há mesmo quem, sabendo disto, se disponha a pagar uma licenciatura numa destas áreas numa universidade privada. É isso que espanta! Que uma geração com elevado grau de acesso à informação continue a decidir o seu futuro de forma autista e completamente à margem da realidade.
Que Portugal continue a formar, nestas áreas, desempregados é mau. Que os nossos jovens, sabendo disto, insistam em seguir um caminho que os condena ao desemprego, a salários mínimos, a instabilidade laboral ou alcançar um canudo que guardaram orgulhosamente na gaveta sem qualquer utilidade prática, é ainda mais chocante!
O país tem hoje, provavelmente, a geração mais qualificada que alguma vez teve (se considerarmos numa linha directa a percentagem de licenciados). Mas tem também a geração mais dependente, aquela que sai mais tardiamente de casa dos pais, aquela que encontra estabilidade laboral mais tarde (quando encontra), a mais desencantada com a profissão, com a carreira, a mais pessimista quando se fala de oportunidades, a mais avessa ao risco e ao espírito de conquista.
Mudar este panorama passa por uma reestruturação do ensino superior, mas passa sobretudo pelas camadas mais jovens. Aquelas que têm na mão o poder de escolha e de decisão sobre o seu futuro. Depende deles, mais do que de outros, a inversão desta realidade. A eles cabe perceber, de uma vez por todas, qual o real valor de uma licenciatura em Portugal e fazer uma escolha mais pela razão do que pelo coração.
Não acredito que o meu país tenha atitudes destas!!!
Livros que comprei nas ferias e que foram lidos nas esplanadas e praias de Portugal:
“Planisfério pessoal” de Gonçalo Cadilhe
Gostei mais de “A lua pode esperar” talvez por serem reportagens escolhidas e não a sequência da viagem. Mas gostei, muito.
“Africa acima” também de Gonçalo Cadilhe.
Na mesma linha do “Planisfério pessoal” mas com mais alma, talvez por ser passado em Africa.
Na bagagem veio:
“Forte e Feio” de António Feio e Eduardo Madeira
A leitura ideal para fazer uma viagem de nove horas, num avião cheio de gente, num abrir e fechar de olhos.
“Terror na Rússia” de Iuri Felshtinski amigo de Alexander Litvinenko
Eu sei que a democracia na Rússia é só de fachada e muito pouca coisa mudou com a abertura do país. Em vez de ser o comité central a controlar o país, são as antigas polícias secretas e as máfias que se instalaram no poder. Mas se aquilo que é dito no livro é verdade, isto está muito pior do que parece.
A realidade é que o homem que estava por dentro das coisas ao abrir a boca morreu de uma forma que não deixa dúvidas que a sua morte foi encomendada.
“Sul” de Miguel Sousa Tavares
Adorei equador e queria ler este livro já há algum tempo. Adorei, como adoro quase todos os livros de viagens.
“O Pai Natal não existe” de Nilton.
O dinheiro mais mal empregue que alguma vez dei por um livro.
Uma excelente capa, só é pena ser a fotografia do autor…
“A minha andorinha” de Miguel Esteves Cardoso
Comecei a conhecer MEC quando ele intervinha na “Noite da má-língua”. Admirava as suas posições e a sua maneira de estar, apenas achando-o um pouco snob e menino da mamã. Mas um gajo suficientemente “cool”.
Comprei “O amor é fodido” e achei que o dinheiro tinha sido bem empregue. Mas como muita gente tive a sensação de que o MEC morreu ou casou-se que é quase a mesma coisa. Quando choquei com este livro na FNAC não resisti e comprei. Adorei as crónicas, a sua forma de escrever é espectacular e o seu humor está muito mais refinado. O MEC não está morto, é um LBV (talvez ele prefira ser comparado a uma Russian Standart).
“aqueles pedintes que, em vez de apresentar oralmente o seu apelo, no estilo tradicional, produzem um extenso texto miserabilista, escrito em português ilegível, a dizer que já estiveram melhor e que praticamente estão como hão-de ir. Aquelas senhoras que sabem os nomes de todos os bolos e fazem gala disso. Em vez de apontar com o dedo, para a montra, como os mortais comuns que têm mais que fazer, começam a recitar as suas cabalas maçónicas: «Um jesuíta, uma margarida, um charleston, um torno-mecânico-de-seis-bicos, um berimbau, um gonzaguinha e dois pastéis de nata.»”
Miguel Esteves Cardoso
Vou começar esta semana o último (the last but not the least) do José Rodrigues dos Santos, “A ilha das trevas”, e se tudo correr como espero, depois de já ter lido os outros livros dele, não ficarei desapontado.